Páginas

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Música pode ser reciclável?



Todos nós sabemos que a música é um ciclo e que a cada geração novos gêneros, estilos e formatos aparecem e ditam a moda e o comportamento de muitos grupos de pessoas. A música é algo que transcende a própria indústria fonográfica, ela marca nossa passagem, registra nossos momentos, bons ou ruins, e simboliza, ao ouvi-la, o retorno da lembrança de um período que foi importante pra gente: “Música é recordar, música é viver”. Não precisamos voltar ao passado para nos recordar de Mozart, Frédéric Chopin, Beethoven, Tchaychovisk, porque suas canções estão presentes nas grandes orquestras de todo o mundo e muitas vezes elas permanecem flutuando sobre o nosso subconsciente, seja numa lembrança pessoal ou até mesmo na cena marcante de um filme.
Por que essas músicas de mais de duzentos anos continuam tão presentes? Por quê? A palavra é qualidade, a liberdade que o artista tem em transpor seus sentimentos e sua dedicação de uma vida inteira para se chegar próximo a perfeição. Nenhum desses artistas gravou LP, Cd, todas as suas obras são registradas através de partituras, sendo cada reprodução dessas canções, são feitas de uma forma diferente, um sentimento, uma forma de se reinventar constantemente.

Não é segredo pra ninguém que a música, num contexto geral, é oriunda dos rituais de fé e crença, onde todas as populações, tribos, civilizações existentes nesse plano, demonstravam sua devoção aos Deuses. As músicas, os sons, são o combustível que motivaram o nosso desenvolvimento e preservaram nossas particularidades, pois cada região apresenta suas características únicas, portanto, sua identidade. Com o “encurtamento do planeta”, todas essas culturas estão disponíveis para heterogeneizar, criar novos sons e novas tendências infinitas. Com a grande demanda e a necessidade do ser humano em querer gerar dinheiro, a música criou traços capitalistas. Era preciso que os cantores criassem maneiras de registrar suas obras e de que as pessoas que não tinham como ir aos shows, conhecessem, expandissem e comercializassem essas canções. O homem inventou um meio para isso: Disco de Vinil, LP, Cd e, atualmente, o que dita à moda do registro fonográfico são os MP3’s.

Seriam as gravadoras as grandes responsáveis pela decadência da nossa música? Sim e Não. Vamos entender...!
Quem não se lembra dos grandes festivais produzidos aqui no Brasil? Vários nomes de nossa música estavam presentes nesses eventos como, por exemplo, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Elis Regina, Nara Leão e etc. Todos esses grandiosos artistas gravaram inúmeros álbuns e entraram para sempre dentro da nossa memória, dentro de nossos sentimentos e das nossas lembranças. Músicas desses e muitos outros artistas são imortais, sempre serão lembradas, pela força que ultrapassa o limite do raciocínio humano, ou seja, esses homens são tão poderosos que criaram para si próprios inúmeros mitos. Esses artistas como suas canções nunca cairão no esquecimento!

Por isso as gravadoras não são as responsáveis!

Por outro lado, a necessidade das gravadoras é tamanha por dinheiro que ela tenta ser maior do que o próprio artista. Existem inúmeros casos de montagem de artistas, no qual a gravadora decora e cria um gênero, através de pesquisa, qual é a necessidade de uma população, qual são os seus padrões de beleza, seus gostos, suas necessidades e seus estilos. Quem não se lembra daquela cantora, “Luka”. Assim fica difícil de lembrar, não é mesmo? E se cantar um trecho da sua música: “Tô, nem aí, Tô nem aí, pode ficar com seus problemas que eu não vou ouvir”. Muitas pessoas vão se recordar dela, pois, Luka, fez um sucesso estrondoso em 2003, vendendo nada mais do que meio milhão de álbuns. Ela ganhou prêmios como revelação, prêmios de melhor cantora e de hit do ano... Não é pouca coisa não!

Alguém sabe o que aconteceu nesses oito anos de 2003 pra cá com a Luka? Não, ninguém sabe! É por isso que a qualidade das canções caiu, a necessidade das gravadoras de sempre ter que modificar e reconstruir, com fins lucrativos, a música, como se fosse roupa, tem levado as pessoas com talento duvidoso a fazerem um grande sucesso e depois caírem num tremendo breu de esquecimento.


Serão as grandes gravadoras as responsáveis pelo processo das músicas descartáveis?



Nenhum comentário:

Postar um comentário